Formar para Inovar é transformar territórios
Opinião de: RICARDO FAUSTINOHead of Innovation and Project Management UnitISQ Academy
FORMAR PARA INOVAR: ACADEMIAS TÉCNICAS MUNICIPAIS COMO PILAR ESTRATÉGICO DO DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL
Num momento em que os desafios socioeconómicos exigem respostas rápidas, estruturadas esustentáveis, as autarquias encontram-se numa posição estratégica para liderar processos detransformação local através de políticas ativas de capacitação e inclusão.Entre as várias áreas críticas que se impõem à gestão municipal, a qualificação técnica para setoresfundamentais como a construção, a manutenção e a reabilitação surge como uma possibilidadeestratégica incontornável — quer pela sua relevância direta na qualidade dos serviços públicos e naregeneração urbana, quer pelo seu potencial de gerar emprego e requalificar cidadãos em situação devulnerabilidade.
A existência de técnicos qualificados em áreas críticas como a construção civil, manutenção deequipamentos, reabilitação urbana e serviços de apoio técnico-operacional não é apenas umanecessidade pontual — é um fator cada vez mais estruturante que permite a competitividade e aresiliência dos territórios. E, acima de tudo, representa umaoportunidade para repensar modelos de capacitação e integraçãosocial, numa lógica de verdadeiro impacto local.
Neste contexto, a criação de academias de formação técnica,suportadas pelos municípios e desenhadas com foco em públicosidentificados pelas autarquias — nomeadamente através dos serviçossociais, gabinetes de empregabilidade ou outras estruturas locais —permite conjugar múltiplos objetivos. Por um lado, capacitartecnicamente cidadãos que se encontram afastados do mercado detrabalho, jovens sem formação, desempregados de longa duração oupessoas em situação de vulnerabilidade.
Por outro, reforçar o tecidotécnico local, dotando os concelhos de mão de obra qualificada,adaptada às necessidades reais do território.Estas formações, que podem ser organizadas de forma modular eprática, com forte componente presencial e oficinas técnicas, têm opotencial de se tornarem verdadeiras “pontes para o mercado” detrabalho, seja através da empregabilidade direta, da criação demicroempreendedores locais, ou da integração em serviços municipaisou empresas da região.RICARDO FAUSTINOHead of Innovation and Project Management UnitISQ AcademyMas o impacto destas iniciativas vai além do plano individual. É preciso valorizar em consciência que osmunicípios que investem na qualificação técnica da sua população ativa constroem comunidades maiscoesas, reduzindo desigualdades e fomentando a mobilidade social.
Promovem também a autonomia local, na medida em que passam a dispor de recursos humanoscapazes de executar com qualidade pequenas obras, manutenções preventivas, intervenções dereabilitação ou até tarefas de apoio a equipas técnicas mais especializadas. São assim iniciativas quepodem atuar simultaneamente como instrumentos de integração socioprofissional e como alavancas dedesenvolvimento económico local.
Este modelo de formação tem uma componente claramente inovadora: não se trata de formar “para omercado” de forma abstrata, mas sim de formar “com e para o território”. Aliando a identificação concretade necessidades (técnicas, sociais ou infraestruturais), por parte das autarquias, à construção derespostas formativas ajustadas a essas mesmas realidades, temos como resultado um ecossistemaformativo mais ágil, mais eficaz e mais útil.Paralelamente, este tipo de capacitação permite também a requalificação (reskilling) e a atualização decompetências (upskilling) de operacionais já em funções, promovendo uma cultura de melhoria contínuae de valorização do tecido laboral local. Com isso, potencia-se uma maior retenção de talento nosterritórios e uma menor dependência de prestadores externos, o que, em última análise, se traduz numagestão mais eficiente e sustentável do paradigma municipal.Para que estas iniciativas tenham sucesso, é fundamental que as autarquias escolham parceiros comexperiência, capacidade técnica e certificação para desenhar e executar programas formativos comqualidade e credibilidade.
O ISQ Academy, com décadas de experiência em formação técnica etecnológica e uma forte presença em todo o território nacional, têm-se posicionadocomo o parceiro idealpara construir soluções à medida dos municípios.Ao longo dos últimos anos, temos vindo a colaborar com diversas autarquias na identificação denecessidades locais, na definição de perfis profissionais críticos e na implementação de programasformativos personalizados, com foco na promoção do índice de empregabilidade e impacto comunitário.
Estas parcerias assentam numa lógica de “cocriação”, onde a autarquia deixa de ser apenas “cliente”para se tornar agente ativo na construção da solução.Os resultados obtidos até agora confirmam o potencial deste modelo: cidadãos com percursos de vidamuitas vezes “difíceis”, que encontram uma nova motivação para regressar ao ativo, comunidades queveem reforçada a sua capacidade de intervenção, e autarquias que passam a dispor de um quadrotécnico mais qualificado, pronto a responder aos desafios do presente e do futuro, para o setor industrial,comercial ou turístico da região.De sublinhar que o investimento em capacitação técnica não deve ser encarado como uma despesa,mas como um investimento com retorno.
As autarquias que escolhem este caminho estão, na verdade,a adotar uma visão de longo prazo. Estão a construir as bases para um novo paradigma de governaçãolocal, assente na valorização do capital humano, na proximidade às necessidades reais das populaçõese na aposta em soluções práticas e transformadoras.
A capacitação técnica, mais do que uma ferramenta de política pública deve ser encarada como umaestratégia de desenvolvimento local. E quanto mais cedo os municípios reconhecerem o seu valor, maisrapidamente poderão colher os frutos de uma comunidade mais qualificada, mais participativa e maispreparada para os desafios do futuro.academy.isq.ptLisboa PortoNo ISQ Academy, estamos prontos para continuar a apoiar este caminho.
Com experiência, comcompromisso e com soluções ajustadas à realidade de cada território.Porque acreditamos, profundamente, que formar é transformar — e que os territórios mais fortes sãoaqueles que, estando na linha da frente da inovação e da inclusão social em Portugal, sabem investir nas“suas pessoas”